"Mas não fica mais barato usar um compensado?"
"Ué, não é mais barato laminar um MDF?"
A resposta é sim. Claro que fica. Fica mais barato fazer móveis em MDF ou em compensado do que móveis em madeira maciça. E, claro, a madeira maciça nativa, de manejo sustentável, é mais cara do que o pinus ou ou eucalipto de reflorestamento (sobre qual das duas opções seja mais sustentável tenho minha visão, mas não é o escopo deste post).
Mas a verdadeira questão, eu acho, é o horizonte de tempo em que se mede se algo é barato ou caro. Pouco adianta um móvel em MDF custar 20 ou 30% a menos, se depois de poucos anos de uso já está pronto para jogar fora: porque os móveis, na verdade, não deveriam ser descartáveis, e sim duradouros.
"Eh, mas é normal que um móvel dure de três a cinco anos..." OI? ALO? Aqui planeta Terra, alguém me escuta? Não, não é normal, isso daí. Nunca foi, na verdade, em milênios que a nossa profissão tem. Normal é que um móvel dure de três a cinco gerações, não anos. Um móvel de madeira Acierno é pensado exatamente para isso. Então, seu móvel "baratinho" em MDF precisaria custar trinta VEZES menos do que o de madeira, não trinta por cento a menos, para valer a pena. Quem ficou caro, agora?
Isto não significa que não seja útil, de vez em quando, usar MDF e compensados: basta saber escolher os casos certos.
Por exemplo: tanto a estante Tric-trac quanto o armário Yin Yang em laca brilho são realizados em MDF, porque é a melhor solução industrial para o acabamento desejado pelos autores.
E o biombo (ou estante?) Sesamo só funciona, do ponto de vista dos equilíbrios mecânicos, graças ao uso combinado de madeira maciça e compensados laminados. Assim como Mosaico, sala de jantar inteira de parede, precisa de paineis compósitos que até tivemos que desenvolver pelo projeto.
Mas fora essas poucas exceções, gostamos mesmo é de fazer design contemporâneo na madeira maciça. Que é um material elegante e sofisticado, como se vê facilmente no caso da recém lançada mesa de jantar Ensamble (na foto aqui, um detalhe do desenho do jatobá que usamos para o tampo).
É apenas um material de luxo, a madeira maciça? Claro que não. Sim, evidentemente, quando se acoplam grandes quantidades de madeira maciça e design assinado de alta complexidade, pode se chegar em peças de valor final muito alto (o gaveteiro Settepiù é um bom exemplo disso). Mas há nas nossas coleções peças maciças que conseguimos realizar (e, portanto, vender) por valores bem menores - a escrivaninha Partenza é um caso recente do qual somos muito orgulhosos: o fato de comprar madeira diretamente nas serrarias, além de nos permitir auditar que seus processos tenham pegada ambiental sustentável, reduz significativamente o custo dos móveis.
Porque afinal, nossa ambição não é de ser (mais) uma marca de móveis de luxo - pelo menos, não no sentido redutivo de ter preços altos e só. É de ser uma marca de móveis de preço justo e design extraordinário, que ajudem cada um a criar luxo, elegância, prazer e estilo ao seu redor. A madeira maciça, material maravilhoso, ajuda exatamente para alcançar este objetivo.
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Carlo